quinta-feira, 14 de maio de 2020

Peregrino de si



A vida é assim, cheia de aprendizados. Alguns dias melhores que outros. Ficamos cansados, às vezes desanimamos, mas tem algo maior que não nos deixa caídos. Temos que nos religar ao Todo, sempre que possível, para compreendermos o que precisamos aprender e mudar.
Mas, por onde começar a procurar esse “senhor” que nos soprou para a vida, que nos movimenta e que é pura luz?
Por onde caminhar para achá-lo e abraçá-lo muito forte, para nunca mais nos afastarmos?
Quantos peregrinos saem em viagem por terras distantes em busca deste encontro?
Escolhemos nossa trajetória dia a dia. Somos responsáveis pelo mundo em que vivemos como viajantes de passagem.
Muitas vezes, por não nos conhecermos o suficiente, nossa vida fica tão confusa quanto o nosso mundo interior...
Tem momentos em que nossa visão se turva, a bagagem pesa e a paisagem fica envolvida por uma névoa, que parece difícil de ser dissipada.
Para iluminar o caminho da vida em busca do Todo, é necessário arrumar o nosso mundo interior. Pensamentos, sentimentos, emoções estagnadas, impedindo o fluxo saudável. Instalando desequilíbrios no corpo e no espírito, na vida amorosa, familiar, profissional, e financeira.  Não há espaço para mais nada e a bagunça tem que acabar.
Não existe um pó de pirilimpimpim para nos salvar disso tudo, como alguns pregam por aí. 
A mudança é de cada um e exige esforço próprio. Não há como mudar uma situação problemática sem dar o primeiro passo. 
O mestre Lao Tzu ensina que “Uma longa viagem começa com um único passo”.
Admitir que somos falíveis, carentes e erramos algumas vezes em nossas escolhas, quando não estamos conscientes e despertos.  
Erramos porque estamos aprendendo e a humildade é uma ferramenta muito útil diante da confusão. Ela nos ajuda a olhar para os quartos escuros e cheios de tranqueiras do nossa casa interior.
Então, abrimos as janelas e as portas para o sol e o ar puro entrar, sem vergonha de que alguém possa notar o que ficou escondido ali por tanto tempo. Afinal, nessa bagunça toda, podemos achar algo como um armário antigo e precisaremos da ajuda do outro para carregá-lo de dentro de nós.
Temos um microcosmo em nossas mãos, em nosso coração, em nosso corpo, que pulsa,  flui em rios de energia, meridianos de ch’i.
Nesse universo encontramos o que mais buscamos: o senhor de nossas vidas.
Sua expressão é o amor incondicional que jorra incessantemente como fonte de água cristalina.
No momento em que o peregrino viaja para dentro de si, ele encontra a quem tanto procurou do lado de fora.
E nesse instante, aqui e agora,  as paredes deixam de existir, não há mais escuridão, não há mais necessidade de teto, de proteção, porque não existe mais medo e sofrimento.
Não há mais nada para esconder, a luz envolve e cura. 
O Todo é o Tao que não pode ser descrito e não está na razão. Ele é sentido e por isso é eterno. Ele está dentro e está fora. Ele está presente, aqui e agora.
Meditação do Peregrino
Não bastam apenas palavras, a prática é o caminho. Vá para um local tranquilo, aberto, pode até ser seu quintal ou algum parque.
Sente-se de modo confortável e inspire profundamente para que a vida alcance sua alma e solte vagarosamente o ar, sem pressa.
Sinta-se como um peregrino, levando uma mochila nas costas... Perceba o peso e a paisagem à sua volta.
Na mochila, estão suas dúvidas, seus problemas e mais um tanto de coisas inúteis. Vá se desfazendo de todo o peso.
Jogue fora as mágoas, os ressentimentos, a culpa e tudo mais que tem lhe feito sofrer.
Quando terminar, entre em contato com o seu coração e o chacra Anahata. Visualize você, sem nenhuma bagagem, solto, livre e à sua frente a figura de um ser de luz. 
De mãos dadas com este ser vocês adentram uma bola de luz e por ela são envolvidos.
Sinta-se integrado à luz.
Olhe novamente a paisagem e perceba se algo mudou.
Seja Amor!

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